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Muito além da sala de aula: como a participação em projetos da UFC contribui para a formação dos alunos de SMD

Data da publicação: 5 de julho de 2025 Categoria: Notícias

Por Ana Valeska Ribeiro

A participação em projetos acadêmicos da Universidade Federal do Ceará (UFC) tem um papel fundamental na formação dos estudantes, oferecendo oportunidades práticas que vão além da sala de aula. Esses projetos permitem que os alunos apliquem os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo da graduação em situações reais, desenvolvendo habilidades técnicas e criativas em contextos interdisciplinares, colaborativos e, muitas vezes, voltados para demandas sociais, culturais ou tecnológicas.

A professora Ticianne Darin coordena a Célula de Design e Multimídia — projeto que tem como principal objetivo ser um ambiente de formação integral, onde são aprofundados os conhecimentos em Interação Humano-Computador, design e multimídia, ao mesmo tempo que atua como projeto de extensão, levando o conhecimento produzido na universidade para a sociedade por meio de diversas ações. Darin fala um pouco sobre os benefícios de um aluno se engajar em um projeto, indo além do que é aprendido em sala de aula: “A disciplina fornece a base. O projeto ensina a lidar com o imprevisto. Em uma disciplina, os problemas são controlados. Em um projeto, os alunos têm que trabalhar com uma equipe multidisciplinar e, muitas vezes, com as demandas de um parceiro externo. Eles enfrentam desafios técnicos e conceituais que não aparecem em um exercício de sala de aula. É no projeto que o aluno aprende a negociar prazos, a justificar decisões de design para um público não técnico e a adaptar seu trabalho a limitações reais de orçamento ou tecnologia.”

A participação na Célula de Design e Multimídia, por exemplo, permite que os alunos desenvolvam diversas habilidades que enriquecem sua formação acadêmica e prática. “No aspecto técnico, eles aprendem a conduzir pesquisas focadas não na inovação pela inovação, mas no ser humano. Podem, por exemplo, trabalhar no desenvolvimento de um jogo sério para conscientização sobre bem-estar digital ou explorar técnicas de design computacional para criar visualizações musicais que comuniquem emoções. Desenvolvem produtos concretos, como aplicativos, jogos terapêuticos e repositórios digitais. Isso envolve design de interação, programação, avaliação de usabilidade, UX, acessibilidade… Além disso, desenvolvem competências interpessoais fundamentais: trabalho em equipe multidisciplinar, gerenciamento de projetos, comunicação científica para escrever artigos e apresentação em congressos. Eles aprendem a defender suas ideias com base em dados, não em achismos”, explica Ticianne.

A professora Fátima Souza, responsável pelo projeto Athena, que visa ministrar formação de professores com foco no uso de Recursos Educacionais Digitais (RED), disponíveis no repositório Athena, e na elaboração de planos de aula com a inserção de tais recursos, também dá sua opinião sobre os benefícios de um aluno participar de algum projeto da UFC: “O aluno aprende a entender a aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos no curso, a fazer pesquisa, a entender o impacto dela na sociedade e, para além disso, a compreender o seu papel social e formas de retribuir à sociedade o investimento feito na educação pública”.

Os participantes do projeto Athena também desenvolvem inúmeras atividades ao longo de sua participação, que lhes rendem aprendizados e habilidades significativas. “Exemplos de algumas delas: compreensão sobre a importância dos RED na formação docente e a necessidade de manter espaços (repositórios) abertos para que os docentes e discentes tenham acesso. Desenvolvem também a capacidade de conhecer e utilizar instrumentos para avaliar a usabilidade do Athena, além de construir um olhar científico sobre as ações desenvolvidas no projeto, somado à capacidade de registrar tal olhar, por meio da escrita científica, como forma de divulgar os resultados das ações realizadas no projeto”, explica a professora.

O que pensam os alunos

A opinião de alguns alunos do SMD que participam de projetos da UFC não é diferente da das professoras. Eles relataram alguns dos benefícios de participar desses projetos e destacaram aprendizados que talvez não adquirissem apenas nas disciplinas tradicionais.

Lucas Ryan Fernandes, que participa de uma das atividades da Célula Multimídia — desenvolvendo design de diversos tipos, além de pesquisa e produção acadêmica —, fala um pouco sobre os aprendizados adquiridos no exercício dessas atividades, que talvez não aprenderia apenas em sala de aula: “Aprendi como funciona e como produzir artigos e projetos acadêmicos, além de aprender e aplicar, na prática, conceitos de design, recebendo feedbacks durante o processo”.

Ana Letícia Costa, que também está engajada em uma das atividades de extensão da Célula Multimídia — ministrando oficinas de Design e IHC e produzindo short papers baseados nessas oficinas —, fala sobre o quanto trabalhar diretamente com a coordenadora do projeto contribui significativamente para seu aprendizado além da sala de aula: “Acho que a expertise da professora responsável pelo projeto já vale mais do que as disciplinas possam oferecer”.

Giovana Fontes, que está participando da mesma atividade que Ana Letícia Costa, relata como ministrar as oficinas a ajudou a saber como aplicar o conhecimento teórico adquirido em sala de aula de forma dinâmica e também lhe proporcionou a oportunidade de fazer algo novo: “O que aprendi no projeto que talvez não aprenderia apenas nas disciplinas foi aplicar o conhecimento de determinada área de forma dinâmica. Tendo em vista outros contextos educacionais, pessoas que não têm contato com a área, foi um desafio saber como passar aquele conteúdo. Além da escrita do artigo, nunca havíamos escrito antes, então foi algo novo.” Giovana também tem uma bolsa PAIP da Divisão de Comunicação da PROGRAD, atuando nas redes sociais da PROGRAD, Instagram e site, desenvolvendo posts e vídeos, além de atualizar as notícias no site. Ela relata que essa bolsa lhe dá a oportunidade de aprender sobre gestão de redes sociais, algo que não aprenderia apenas com a vivência em sala de aula.

Marcos Vinícius Costa, que é bolsista remunerado do projeto Athena, realiza pesquisas envolvendo os REDs (Recursos Educacionais Digitais) e elabora artigos. Ele explica o que aprendeu com o projeto: “Com certeza eu aprendi sobre os REDs, que nunca tinha ouvido falar, e me aprofundei na área da escrita científica.” Marcos também é voluntário no grupo de estudos Formigra, onde atua na área de design e audiovisual, e conta como o grupo contribuiu para seu aprendizado:“No Formigra, eu pude ter mais contato com a área de design para redes sociais, que só tinha acontecido em Introdução à Cibercultura (mas não tínhamos instrução de como fazer, então foi na marra), além de aprofundar os conhecimentos na parte de fotografia e audiovisual.”

Cauê Canuto, que é bolsista voluntário do NUCA Laboratório Multimídia, na Casa Amarela Eusélio Oliveira, tem como função fazer a curadoria de curtas, médias e longas-metragens para exibição em uma sessão mensal de cinema. Além disso, é encorajado a produzir suas próprias animações utilizando os equipamentos disponibilizados pelo NUCA. Ele conta que a bolsa lhe proporcionou a oportunidade de realizar atividades que ainda não foi possível vivenciar no curso: “Ainda não consegui fazer a disciplina de Animação 2D, o principal motivo de eu ter entrado no curso, mas com essa bolsa tive a chance de testar e conhecer diversas técnicas de animação, além de exercitar habilidades narrativas na análise dos curtas.”

Evolução acadêmica e profissional

Ao integrar projetos de extensão, pesquisa ou desenvolvimento tecnológico, os estudantes de SMD entram em contato com metodologias de trabalho profissional, ferramentas específicas da área e experiências de trabalho em equipe, além de aprimorarem competências como gestão do tempo, comunicação e resolução de problemas, o que lhes confere uma clara evolução acadêmica e profissional em comparação com outros estudantes que ficam restritos apenas ao ensino em sala de aula.

A professora Ticianne Darin garante que vê uma evidente evolução nos alunos que realmente se engajam em seu projeto: “Os alunos que realmente se envolvem nas atividades da Célula geralmente desenvolvem autonomia e proatividade muito mais cedo. Eles constroem um portfólio robusto antes mesmo de se formarem, com publicações científicas, produtos lançados e experiência de trabalho comprovada. Isso os coloca em uma posição de vantagem no mercado de trabalho e em processos seletivos para mestrado e doutorado. Eles aprendem a lidar com a incerteza, a buscar respostas por conta própria e a colaborar de forma eficaz — características que são altamente valorizadas em qualquer carreira. Os que ficam apenas nas disciplinas podem ter o conhecimento teórico, mas frequentemente lhes falta a vivência prática e a maturidade profissional.”

Da mesma forma, a professora Fátima Souza também afirma que há diferença na evolução acadêmica e profissional dos alunos que participam de projetos, em comparação aos que não participam: “O desenvolvimento de um olhar analítico, aliado a um pensamento crítico e à compreensão sobre o fazer científico, são algumas das diferenças cruciais percebidas.”

Para o estudante Lucas Ryan Fernandes, participar desse projeto teve um grande impacto em seu crescimento profissional e pessoal, ajudando-o a aplicar os conhecimentos adquiridos com mais segurança, especialmente após os feedbacks recebidos de sua orientadora. A experiência também lhe permitiu aperfeiçoar habilidades como trabalho em grupo, apresentação de trabalhos, organização de projetos e aprender a receber feedbacks de forma aberta, com disposição para sempre melhorar e se desenvolver. Lucas também afirma que a participação no projeto o preparou melhor para o mercado de trabalho: “Consigo vivenciar na prática o entendimento de sprints de projetos e receber feedbacks de alguém mais experiente sobre o meu trabalho.”

Ana Letícia Costa diz que a bolsa de extensão a faz se sentir mais próxima da área de Design, além de proporcionar mais experiência prática. O projeto também possibilitou que ela melhorasse suas habilidades de comunicação, organização, trabalho em equipe e suas “soft skills” em geral.

Giovana Fontes relata que, com as experiências que está tendo, conseguiu sanar algumas dúvidas a respeito do que fazer após a conclusão do curso. Ademais, essas vivências lhe possibilitam fazer um bom networking e melhorar sua comunicação (tanto interpessoal quanto intrapessoal), sua organização do tempo e sua proatividade. Em relação ao mercado de trabalho, ela afirma que o trabalho na Célula a deixa mais preparada para o futuro: “Consigo adentrar mais na área, ter contato com pessoas que já trabalham com UX há algum tempo, além de que escrever artigos científicos é algo super positivo que agrega muito ao currículo.”

Marcos Vinícius Costa diz que se sente mais organizado, disciplinado e comunicativo depois de entrar nos projetos dos quais participa. Ele também comenta como a participação nesses projetos pode ajudá-lo futuramente, quando estiver ingressando no mercado de trabalho: “A gente sempre acaba aprendendo algo que vai ser útil no mercado, seja uma habilidade em um programa, um olhar diferente para executar um projeto ou então uma “soft skill”. No Athena, as coisas são mais voltadas para a área acadêmica, mas houve esse desenvolvimento de “soft skills”. No Formigra, eu pude desenvolver mais habilidades como edição de fotos e vídeos, escrita para redes sociais, fotografia, design de som, entre outras.”

Cauê Canuto reflete sobre como a participação no NUCA impactou sua vida profissional e pessoal: “Sinto que estou no caminho certo para carreiras como animador, aprendendo aos poucos e tendo experiências práticas. Também é ótimo trabalhar lá, porque isso me aproximou de um ambiente onde pessoas interessadas nessa área convivem ou visitam. Tive que falar para muita gente nas sessões de cinema, além de organizar planilhas e o computador onde seriam apresentadas as animações. Com isso, desenvolvi bastante minha comunicação, liderança e organização, um grande avanço para alguém tão tímido quanto eu.”

Dicas para participar de um projeto

Muitos desses projetos são orientados por professores com ampla experiência e inserção em redes acadêmicas ou setores produtivos, o que amplia a visão dos alunos sobre as possibilidades de atuação após a graduação. Para participar de um projeto, é preciso passar por um processo seletivo, e o modo de seleção varia de acordo com a preferência do coordenador do projeto. Em geral, as seleções envolvem entrevista, avaliação de currículo e/ou portfólio, e, às vezes, alguma prova técnica. Muitas vezes, para ser aprovado na seleção, é preciso cumprir alguns pré-requisitos.

Ticianne Darin explicou o que é exigido do estudante que deseja participar da Célula de Design e Multimídia: “Uma base sólida nos fundamentos de Interação Humano-Computador é essencial. Embora cada projeto tenha seus requisitos específicos, os meus sempre exigem um certo nível de conhecimento em IHC para que o aluno possa contribuir efetivamente. Como eu também leciono a disciplina de IHC, tenho a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento dos alunos de perto. Aqueles que demonstram curiosidade, se dedicam e apresentam um bom desempenho durante as minhas aulas naturalmente se destacam. Fica mais fácil integrar aos projetos alunos cujo potencial e interesse eu já pude observar em sala de aula. O principal, no entanto, é a vontade de aprender e a responsabilidade com o trabalho.”

A professora Fátima Souza também informou quais são os pré-requisitos para os alunos que desejam participar do projeto Athena: “O pré-requisito é que a curiosidade e o interesse pela pesquisa sejam algumas de suas características. Além disso, por se tratar de um projeto que envolve a formação de professores, o uso de Recursos Educacionais Digitais (RED) nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática, além da manutenção de repositório, necessitamos, prioritariamente, de alunos dos cursos de Licenciatura em Matemática, Letras/Português ou Licenciatura em Pedagogia para atuarem diretamente nas formações, e de alunos de Sistemas e Mídias Digitais, Design ou Computação para atuarem na atualização do repositório Athena.”

Participar de projetos de extensão, pesquisa ou desenvolvimento é uma oportunidade de aplicar o que você aprende na prática, descobrir novas áreas de interesse, desenvolver habilidades profissionais e pessoais — como trabalho em equipe, comunicação e autonomia — e construir um portfólio que fará diferença no seu futuro acadêmico ou no mercado de trabalho. Comece se informando sobre os projetos existentes no seu curso, converse com professores, colegas e fique atento às seleções. A experiência fora da sala de aula pode ser transformadora.

Para os alunos que ainda não estão participando de um projeto, a professora Ticianne Darin afirma: “Eu diria que eles estão aproveitando apenas uma parte do que a universidade oferece. A formação profissional e intelectual mais rica acontece quando se cruza a fronteira da sala de aula. Limitar-se às disciplinas é como ler o manual de instruções sem nunca ligar o equipamento. Ao não participar, você deixa de descobrir se tem aptidão para a pesquisa, perde a chance de construir um produto do zero sem todas as pressões do mercado, abre mão de colaborar com colegas mais experientes e de apresentar seu trabalho em um congresso, onde a comunidade poderá dar continuidade ao que você criou. A universidade é um campo de experimentação. Não aproveitar isso é perder a oportunidade de se conhecer melhor como profissional e de construir um futuro com mais possibilidades”.

“Entendo que, para uma parcela dos alunos, conciliar os estudos com o trabalho é uma tarefa complexa, e isso acaba inviabilizando o envolvimento com projetos e pesquisas. Mas eu gostaria de dar um conselho: mesmo sem tempo, procurem saber quais projetos sua unidade acadêmica ou departamento oferecem. A universidade existe para além da sala de aula. Ficar restrito à sala de aula é não conhecer ou receber tudo o que ela tem a proporcionar. E isso irá ajudá-los a entender qual é o seu papel social, além do profissional”, diz a professora Fátima Souza.

Todos os alunos entrevistados recomendam que os estudantes se integrem em algum projeto, visto que a participação nessas atividades contribui significativamente para o aprendizado, além de proporcionar uma visão mais profunda sobre determinados assuntos que muitas vezes o estudante não teria acesso apenas pela vivência em sala de aula. Além disso, é claro, essa vivência amplia bastante o currículo e o portfólio.

“Na verdade, eu recomendo que todo e qualquer aluno tente se engajar em algum projeto do SMD — tanto para se desenvolver como pessoa e profissional, quanto para se conhecer melhor e entender se prefere algo mais voltado para a área acadêmica/pesquisa ou para o mercado de trabalho. Eu me arrependo muito de não ter me engajado em um projeto mais cedo na graduação”, diz Marcos Vinícius Costa, aconselhando aqueles que ainda não estão vinculados a alguma atividade extracurricular.

 

Nota: A produção deste texto contou com o uso do Chat GPT para corrigir erros gramaticais e de pontuação.

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