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Sistemas e Mídias Digitais

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Tenho o diploma, e agora? Ex-alunos do SMD contam suas experiências no mercado de trabalho em Portugal e no Canadá

Data de publicação: 29 de novembro de 2023. Categoria: Notícias

Por Bianka Costa

Os egressos do curso de Sistemas e Mídias Digitais estão desempenhando papéis de destaque no mercado de trabalho e na academia em diversos países. Com habilidades versáteis, que abrangem desde o desenvolvimento de software até a criação de conteúdo multimídia, esses profissionais estão encontrando oportunidades empolgantes e inovadoras em uma variedade de setores e fazendo a diferença com base em saberes desenvolvidos durante seus estudos na UFC.

O caminho percorrido durante a graduação já é conhecido, mas o que acontece depois da diplomação? Entrevistamos três bacharéis em Sistemas e Mídias Digitais, que compartilham suas experiências ao longo do caminho e abordam um pouco sobre as perspectivas acerca do mercado de trabalho e todas as possibilidades de rumos a se seguir após a conclusão de um curso multidisciplinar como é o SMD.

Espedito Roza – UX/UI Designer

Espedito Roza frequentou a Universidade de 2017 a 2021, focando no Design Digital. Participou de pesquisas acadêmicas, da empresa júnior Container Digital Júnior e foi Líder da Enactus UFC e venceu o terceiro lugar na competição de Design do Simpósio de Interação Humano Computador de 2019. Atualmente, trabalha prestando serviços em UX/UI design para o maior plano de saúde das regiões Norte e Nordeste do Brasil.

1. Como o SMD ajudou no desenvolvimento de suas habilidades e em sua profissão?

Os conhecimentos técnicos que o SMD oferece na trilha de Design foram essenciais para minha profissão como UX/UI Designer. Além disso, participei de projetos de iniciação científica e estágios vinculados ao curso que me ajudaram a aprender um pouco sobre o mundo de UX Design na prática antes de me inserir no mercado de trabalho. Nessas atividades pude participar de pesquisas com rastreamento ocular, além de atuar na criação de recursos educativos digitais. Os conhecimentos técnicos, no entanto, não são os únicos importantes para o âmbito profissional, os projetos integrados e a atuação na empresa júnior ajudaram no desenvolvimento de soft skills, tais como gerenciamento de projetos e pessoas, comunicação, liderança, trabalho em equipe, adaptabilidade, pensamento crítico etc.

2. Você seguiu uma trilha? Quais disciplinas mais lhe ajudaram no seu futuro profissional e/ou escolhê-lo?

Sim, desde que entrei no curso a minha intenção era seguir a trilha voltada para Design, isso, no entanto, não me impediu de aprender um pouco sobre desenvolvimento, jogos e audiovisual. A gama de disciplinas que o SMD oferece auxiliam bastante em conhecimentos técnicos para a nossa atuação profissional, posso destacar algumas que foram – e continuam sendo – muito úteis para mim: Comunicação Visual (1 e 2); Interação Humano Computador (1 e 2); Teoria e Crítica do Design; Design Emocional; Cognição e Tecnologias Digitais; Direção de Arte. Destaco ainda os Projetos Integrados, que são de suma importância para a aplicação dos conhecimentos técnicos em projetos reais, com interações com clientes reais.

3. Há alguma experiência ou lembrança marcante relacionada à sua trajetória no curso?

Sim. Existem algumas lembranças da graduação que carrego comigo. Dois projetos em especial tem o meu coração, o Gestus, do Projeto Integrado I e o Ariel, meu TCC.

O Gestus é uma solução que possibilita o contato, desde a alfabetização, com a Língua Brasileira de Sinais para crianças ouvintes. Foi um projeto criado para a Enactus como parte de um projeto com a ASOF (Associação dos Surdos Organizados de Fortaleza). Através dele, as crianças podiam aprender LIBRAS enquanto se divertiam. O projeto recebeu investimentos e tive o privilégio de testemunhar o Gestus em ação, vendo em primeira mão a alegria e o entusiasmo que ele traz às crianças enquanto elas brincam e aprendem. É claro que este projeto é muito mais do que apenas um jogo – é uma ferramenta poderosa para moldar o futuro. 772 crianças já experimentaram a magia do Gestus em 2019 e 2020, tanto de maneira online quanto acompanhadas em sala de aula, e os feedbacks coletados auxiliaram na melhoria contínua do jogo.

O Ariel, por sua vez, é um aplicativo para auxiliar os homens trans no descobrimento, na decisão e no acompanhamento do uso de hormônios. Infelizmente o projeto permaneceu como um protótipo, mas serviu de inspiração para a criação do Re.tifica, que, apesar de não tratar de questões de saúde, é focado em pessoas trans e travestis que desejam retificar nome e gênero.

Algumas imagens do Gestus, aplicativo desenvolvido na disciplina de Projeto Integrado I (Reprodução: Medium Espedito Roza)

4. Há algo que você diria para alunos que querem seguir na sua área?

Aproveitem a vida acadêmica para além das aulas. Participem de simpósios, produzam artigos científicos, façam parte de projetos de extensão, foquem em projetos pessoais, atualizem seus portfólios com os projetos da graduação, inscrevam projetos em editais, façam amigos, leiam artigos e livros da sua área de interesse etc.

Se atentem, no entanto, sempre aos seus limites. Permitam-se o luxo da contemplação. A vida merece mais do que uma corrida desenfreada em busca de metas e realizações. Não anseiem por serem produtivos o tempo inteiro, pois nesse ritmo frenético, vocês se tornarão estranhos a si mesmos.

É preciso, sim, perseguir seus sonhos, desbravar horizontes e explorar os limites de seu conhecimento. Mas não se esqueçam de que entre os livros e as conferências, entre os protótipos e as descobertas, há um espaço essencial: o tempo para serem simplesmente humanos.

Joelma Peixoto – Doutora em Engenharia da Computação

Joelma Peixoto ingressou na segunda turma do curso, ainda em 2011.1, e concluiu sua graduação no semestre de 2014.2, seguindo majoritariamente na área de desenvolvimento de software. Hoje, Joelma trabalha com análise de dados e aprendizagem de máquina para predições e tomada de decisão e concluiu o curso de Doutorado em Engenharia da Computação pela Universidade Ontário Tech no Canadá.

Joelma Peixoto, na Universidade Ontário Tech.

 

1. Como o SMD ajudou no desenvolvimento de suas habilidades e em sua profissão?

Principalmente por  ter um foco mais aberto dentro da minha área, ser capaz de falar de forma simples para que os outros entendam e entender jargões e termos técnicos sobre o que querem passar.

2. Você seguiu uma trilha? Quais disciplinas mais lhe ajudaram no seu futuro profissional e/ou em escolhê-lo?

Quando eu comecei no SMD, eu não tinha base nenhuma de programação ou de design, acho que justamente por isso foram as áreas que mais me chamaram a atenção. Até entrar no curso, eu só conhecia Photoshop de ouvir falar. Como entrei com mais de um mês de atraso devido ser a última chamada para o curso, tive que me desdobrar. Pedi ajuda a uma amiga que usava Photoshop, fui à casa dela todos os finais de semana do meu primeiro mês de SMD para ela me ensinar a usar a ferramenta. Daí, em casa só tinha um computador tubão pra família toda (éramos 7 em casa) e só tínhamos internet discada, ou seja, eu só podia usar depois da meia noite durante a semana e aos finais de semana. 

Então, na semana, eu acordava no meio da madrugada, umas 3h da manhã e colocava os vídeos que eu queria ver e os tutoriais para fazer download, assim quando eu levantasse as 8h da manhã, eu já teria acesso a todo o material sem precisar usar internet. Daí eu trabalhei com o prof. Junqueira na primeira bolsa que consegui como aluna do SMD, depois fui estagiar numa startup e depois fui trabalhar no CP2 da UFC sob o comando do prof. Wellington. Aprendi diversas coisas no CP2, basicamente comecei a construir minha carreira como desenvolvedora de sistemas, trilha pela qual eu optei seguir no curso, e só sai de lá depois que me formei, já indo para outro emprego por indicação de um amigo que trabalhava comigo também no CP2. As disciplinas relacionadas ao desenvolvimento de projetos foram essenciais para mim.

3. Há alguma experiência ou lembrança marcante relacionada à sua trajetória no curso?

Tive bastante acesso a bolsas e estágios naquela época porque era aluna do SMD e porque cumpria com meus prazos. Além disso, o curso me ajudou bastante a construir portfólio, já que é um curso muito prático (mão na massa). Além disso, eu usei um projeto, que comecei a construir no CP2, e apresentei na disciplina de Projetos 2, para ganhar 3 mil reais como primeiro lugar do concurso de novos talentos da Infobrasil patrocinado pela VTI (em 2014), que também me ofereceu um emprego para quando eu me formasse.

4. Há algo que você diria para alunos que querem seguir na sua área?

A dica que eu deixo é que o aluno leve os projetos do curso a sério, como se fossem um trabalho do mercado mesmo. Se envolvam no máximo de projetos de pesquisa que conseguir cumprir os prazos (responsabilidade) e não tenha vergonha de mostrar o seu trabalho.

5. Poderia detalhar um pouco da sua experiência ao concluir recentemente seu doutorado na Ontario Tech University?.

Meu primeiro passo para fazer doutorado no Canadá foi buscar por professores que tivessem linhas de pesquisa do meu interesse. Logo depois, eu mandei email a esses professores me apresentando, falando dos meus interesses de pesquisa, mostrando minhas publicações e já deixando claro que eu precisaria de bolsa. Alguns professores me chamaram pra conversar e, no final, eu escolhi a linha de pesquisa que mais me interessava, com bolsa integral para cobrir todos os custos da universidade. Assim, comecei meu doutorado em setembro de 2019 na Ontario Tech University e minha pesquisa se desenvolveu em torno de sistemas autônomos em tempo real, com foco em aprendizagem de máquina e aquisição de contexto. 

Durante meu doutorado, eu também trabalhei em projetos de parceria do laboratório que eu fazia parte (Real-Time Embedded Software Research Lab) com empresas privadas do estado de Ontário, o que me garantia uma renda extra. Também dei aulas para alunos da graduação nas disciplinas de Web Programming, Design Principles and Project Management, Software Project Management, Embedded Systems, Object-Oriented Programming, Systems Programming e Mobile Application Development.  Além disso, no período de desenvolvimento da minha pesquisa, publiquei 6 artigos em conferências e journals e outros 2 estão ‘under review’. Defendi minha tese de doutorado em outubro de 2023 e pretendo atuar na área de análise de dados.”

Pedro Ítalo – Auditor de TI

Pedro Ítalo ingressou no SMD em 2014.1 e se formou no último semestre de 2017. Pedro trabalhou por 4 anos e meio na KPMG Brasil, como auditor externo de TI, e atualmente reside em Lisboa, exercendo o cargo de auditor de TI sênior na Volkswagen Group Services. “Nossa equipe realiza auditorias nas empresas do grupo Volkswagen, avaliando se processos de negócio relacionados a TI estão de acordo com as regulações da companhia e as melhores práticas de mercado em escala global”, explica.

1. Como o SMD ajudou no desenvolvimento de suas habilidades e em sua profissão?

As principais habilidades que eu desenvolvi no SMD foram duas: 1) Como lidar com pessoas: no meu trabalho eu preciso lidar o tempo inteiro com uma grande gama de clientes e, principalmente quando estou apontando falhas nos processos que as pessoas executam, saber lidar com elas torna o processo menos doloroso. 2) Trabalho em equipe: preciso trabalhar todos os dias colaborativamente com equipes de 3 a 4 pessoas, então a prática obtida nas disciplinas no SMD foi muito útil no mercado de trabalho.

2. Você seguiu uma trilha? Quais disciplinas mais lhe ajudaram no seu futuro profissional e/ou escolhê-lo?

Eu não segui rigorosamente uma trilha, mas a maioria das disciplinas que fiz foram da trilha de design multimídia. Como a carreira que eu segui não é muito padrão, não utilizo diretamente muito conteúdo teórico das disciplinas do curso, mas algumas disciplinas de sistemas me dão o embasamento teórico no meu dia-a-dia, como Bancos de Dados e Programação I/II, por exemplo.

3. Há alguma experiência ou lembrança marcante relacionada à sua trajetória no curso?

Acho que as principais lembranças marcantes que tenho são os perrengues durante os projetos que desenvolvi, tanto nas disciplinas quanto durante os projetos de bolsa. Acho que o mais marcante foi meu TCC, Sinapse, que foi uma instalação multimídia que desenvolvemos em equipe, mas também teve o Media Weekend, que foi um projeto de educação muito legal que construímos em Sobral.

4. Há algo que você diria para alunos que querem seguir na sua área?

Para a minha área em específico, conhecimento teórico em sistemas é importante, mas o principal seria buscar a prática. Existem várias firmas de auditoria que contratam pessoas formadas ou no fim da faculdade por meio de programas de Trainee. No geral, independente da área, o mais importante é tentar entender o básico das ferramentas e técnicas que estão sendo usadas no mercado e tentar se inserir o mais cedo possível, por meio de estágios ou programas de trainee.

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